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Foto do escritorGabriel Turano

Um jornada de moto pela África

Era 21 de Fevereiro de 2023 e, após pouco mais de 30 dias no Brasil, era momento de colocar os pés novamente na estrada. Na verdade, não os pés dessa vez, mas sim os pneus.


Embarcava para a África do Sul, coincidentemente, após 1 ano de visita ao país. Na minha última estadia, não havia desfrutado como gostaria. Houve duas razões: a primeira, pois havia me voluntariado em um pequeno vilarejo na famosa rota dos jardins, chamado Wilderness. A segunda razão são os desafios que envolvem a locomoção no país. Há uma tremenda deficiência de transporte público e, para piorar a situação, é um país com alto índice de criminalidade.


Nessa jornada, a ideia era diferente. Durante 1 ano, havia discutido uma parceria com a marca Hero, fabricante de motos indianas e com forte presença no continente. Em troca de conteúdo, a empresa me disponibilizaria uma motocicleta para desfrutar os confins do sul do continente.


Minha jornada iniciou com um trânsito de 35h. Devido à pandemia, os voos que cruzavam o Atlântico entre Brasil e África haviam sido suspensos e as poucas opções remanescentes me obrigavam a seguir rumo ao noroeste, Europa ou Oriente Médio, antes de apontar a direção ao Sul. À África!

Cheguei pelo aeroporto de Johannesburg. Embora não seja a capital do país, é uma das principais cidades, dada sua importância no século passado na exploração de minérios, em especial o ouro. A cidade está a quase 2000m de altitude e, felizmente, cheguei em uma época com temperaturas mais agradáveis, embora com desafios relacionados à chuva.


Era final de tarde e fiz uma breve visita à loja Fire It Up, responsável não somente pela comercialização das motos HERO, mas também pela importação e representação da marca em solo africano. Tive a oportunidade de conhecer toda a equipe que me apoiaria com possíveis demandas nas semanas seguintes e, o mais importante, conhecer minha linda Lucile, nome que dei à minha XPULSE. Seguindo a tradição dos barcos, para evitar que a má sorte me atingisse durante minha jornada, ficou proibido nomear minha fiel escudeira com um sujeito masculino.


Um breve resumo...

Foram 45 dias, três países e mais de 5500 km nessa jornada inicial. Os primeiros dias rodando pelo noroeste foram desafiadores. A África do Sul enfrentava fortes chuvas que deixaram parte da estrutura do país em desalento e tornaram minha viagem mais divertida ao pilotar a motocicleta por estradas inundadas e cheias de buracos, mas também mais perigosas. Na primeira semana, atravessei Globersdal, Tzaneen e Graskop. Infelizmente, não aproveitei as rotas cênicas desses destinos por conta da chuva. No entanto, a partir de Graskop, próximo à fronteira com Essuatini, as coisas começaram a melhorar. Cruzei a fronteira em 27 de fevereiro, 6 dias após o início dessa jornada. Utilizei a fronteira de Jeppes Reef, por sugestão dos locais, e logo nos primeiros quilômetros já foi possível identificar que de fato me encontrava em um novo país, embora ainda "dentro da África do Sul", paradoxalmente. Da fronteira até minha acomodação, foram pouco mais de 120 km percorridos em estradas que muitos motociclistas invejariam. Cadeias de montanhas pairavam no meu horizonte e, quanto mais eu subia em altitude, mais raivoso ficava o vento e mais a temperatura caía.


Minha acomodação, escolhida também por sugestão dos locais, estava localizada dentro de uma reserva natural e, portanto, com uma vida selvagem exuberante. Ao entrar com a motocicleta, atravessei zebras, impalas, javalis (pumbas), gnus e diversos outros animais. Ali não estão presentes os BIG 5 (leões, elefantes, rinocerontes, búfalos e leopardos), e portanto é permitido o "bush walk" ou caminhar pela savana de forma autônoma. Claramente, eu fiz! Consegui até admirar crocodilos no lago próximo à acomodação.

Após alguns dias desfrutando da região, era momento de partir. Entrei pelo norte de Essuatini e saí pelo extremo sul. Minha intenção era alcançar uma cidade chamada Mtunzini, localizada na costa do Eastern Cape, ou cabo oriental, banhado ainda pelo oceano Índico. Devido à distância envolvida, fiz uma parada de descanso em Hluhluwew, uma região com intensa quantidade de game reserves (áreas privadas que oferecem safáris a visitantes). O tempo nessa região continuou de mau humor e tive que passar por áreas inundadas. Também foi ali que vi, pela primeira vez nessa expedição, girafas através das cercas.

Segui rumo a Mtunzini e tive que encarar a temida N2, abarrotada de caminhões escoando carvão para o porto de Richard Bay. O tráfego era tão intenso que dirigi pelo acostamento por quase todo o percurso, evitando assim a fúria dos motoristas. Mtunzini está a 140 km ao norte de Durban, uma das principais cidades do país. Também por indicação de locais que havia obtido dias atrás, encontrei um camping dentro de um parque nacional (Umlalazi Wildlife). Fui o único a pernoitar no local. As praias da região são selvagens e não são apropriadas para banho. Contentei-me em caminhar pelas longuíssimas faixas de areia e admirar as belas paisagens. De um lado, um vasto oceano. Do outro, uma área de mata fechada e rios que desembocam no mar.

Da costa, era hora de voltar ao interior. Nos meus planos estava a famosa cadeia de montanhas conhecida como Drakensberg (a montanha do dragão). Ela se estende até o reino de Lesoto, que também era meu destino, pois havia planos de cruzar o icônico Sani Pass (uma passagem entre as montanhas até Lesoto). A distância era novamente considerável e, portanto, outra parada era necessária. Escolhi Mooi River pela R614, evitando cidades grandes como Durban. A estrada também é bastante cênica, apesar das nuvens escuras que me acompanharam durante todo o percurso.


Encontrei uma acomodação fora da cidade, cujo proprietário trabalhava arduamente para recuperar os prejuízos das recentes chuvas. O rio, localizado a poucos metros abaixo da acomodação, havia inundado e destruído parte de sua estrutura. No dia seguinte, após pesquisar rotas de acesso até Underberg, cidade base para o famoso Sani Pass, optei por Nottingham Road. Era uma estrada 100% off-road e bastante deserta ao longo de todo o percurso. Tive dificuldade em atravessá-la devido à lama e, principalmente, às áreas inundadas. Rodei dezenas e dezenas de quilômetros sem encontrar qualquer sinal de vida. Passei o dia na estrada e me recordo do medo que senti especificamente nesse episódio. Estava rodando em lugares ermos, enlameados e sem qualquer sinal de suporte caso eu precisasse. No entanto, o medo que me manteve responsável, cauteloso e lúcido durante o percurso se transformou em uma felicidade plena.


A região de Underberg possui tantos predicados que se torna difícil descrevê-la. São estradas cênicas que circundam as cadeias montanhosas da região. Encontrei um refúgio a 7 km da fronteira sul-africana, muito próximo ao Sani Pass.


É imprescindível que a escalada ocorra em dias favoráveis para evitar contratempos. Na manhã seguinte, acordei no escuro, deixei todos os meus pertences na acomodação, tomei um belo café, verifiquei novamente a previsão do tempo e parti para finalmente encarar o tão esperado Sani Pass. Após carimbar o passaporte, são 9 km de subida em uma estrada de cascalho até Lesoto. Devido à natureza desafiadora e, de certa forma, perigosa, somente veículos 4x4 e excursões programadas são autorizadas a seguir. E lá estava eu, em uma motocicleta, escalando o lugar que tanto esperei.

Foram pouco mais de 1 hora para concluir os 9 km até carimbar o passaporte na fronteira de Lesoto. Entrei no país e fiquei maravilhado com a beleza natural. Alcancei o ponto mais alto, a 3400 metros de altitude, e senti o poder do ar rarefeito não apenas sobre mim, mas também em Lucile. Passei o dia explorando, conversando com os locais e percorrendo alguns quilômetros dentro de Lesoto.

O céu nublado logo substituiu o azul que me acompanhava. Decidi, então, iniciar o caminho de retorno até Underberg. E lá se foram mais 9 km de descida íngreme pelo Sani Pass.

Aqui se provou, mais uma vez, acertada minha decisão de adquirir uma moto leve para a aventura que me propus a fazer. Seria extremamente desafiador escalar o Sani Pass com um veículo pesado e de difícil manuseio.

No dia seguinte, rumei à costa novamente. Muito havia ouvido falar sobre Wild Coast, ou costa selvagem, localizada na costa leste do país e lar de uma das tribos mais relevantes: Xhosa. Inclusive, é a mesma tribo da qual Mandela fazia parte.


Confesso que não foi um percurso agradável. Tinha preocupações ao atravessar Mthatha, cidade conhecida pelos altos índices de criminalidade. Poucos quilômetros antes de entrar na cidade, fui parado em um ponto de verificação policial e, ao tentar me alertar, aumentaram minhas preocupações para atravessar pela inevitável cidade.


Com a devida cautela e beneficiado pela agilidade que Lucile me oferecia, atravessei rapidamente pela cidade e finalmente alcancei o último trecho até Coffee Bay, o destino que havia escolhido na Wild Coast. Embora cansado da longa viagem, me diverti nas péssimas estradas que ligam Mthatha a Coffee Bay. Muito mais ágil e veloz do que os ônibus, carros e caminhões, recuperei o tempo perdido nas autoestradas.

Infelizmente, o paraíso, como é conhecido Coffee Bay, havia se transformado em destruição. Dias antes da minha chegada, a região enfrentou fortes chuvas e ventos, derrubando árvores e trazendo muito lixo do mar para a praia. Encontrei até um contêiner na areia da praia próxima à minha acomodação. Lamentei pelo sofrimento dos moradores locais, mas não pude deixar de aproveitar as belas paisagens que o local oferecia.

Resolvi descansar por alguns dias antes de colocar as rodas na estrada novamente. Meu objetivo era o Addo National Park. Sou apaixonado pelo maior mamífero terrestre do planeta e não podia deixar de conferir o lar dos elefantes na África do Sul. Seria um caminho muito longo e decidi fazer uma parada em Morgans Bay. A cidade não é popular entre os estrangeiros que visitam o país. Como não existem estradas que ligam diretamente a costa nessa região, é necessário percorrer alguns quilômetros em direção ao continente antes de seguir para o oeste. O mau tempo continuou me acompanhando, mas felizmente a chuva não me alcançou. A costa sul-africana é bastante selvagem e conhecida pelos fortes ventos. Para chegar a Morgans Bay, é necessário cruzar o rio Great Kei, que percorre 320 km antes de desembocar no Oceano Índico. Na ausência de uma ponte que conecte o continente, fiz a travessia em uma pequena balsa.

Minha estadia, embora curta, foi extremamente proveitosa. Existem diversos penhascos ao redor da cidade que valem uma visita para apreciar o mar que cerca a região. Na companhia dos moradores locais, acompanhei uma pescaria durante a maré baixa. Como meu objetivo era visitar o Addo, na manhã seguinte retornei à estrada em direção ao parque nacional.


Encontrei uma acomodação a poucos quilômetros do portão de acesso ao Addo e aproveitei a proximidade para reservar um safári ao nascer do sol. Mais tarde, percebi que foi uma decisão equivocada, já que os elefantes são animais tímidos nesse horário.

Na noite que antecedeu minha visita, fui convidado pelo anfitrião da acomodação para um braai sul-africano. No Brasil, como sabemos, o churrasco é bastante popular, mas a qualidade da carne sul-africana é impressionante até mesmo para nós, brasileiros. Antes dos primeiros raios de sol, já estava pilotando pela manhã gelada em direção ao portão principal do parque.


Infelizmente, não consegui avistar nenhum elefante entre os mais de 500 que habitam o parque. Seria cômico se não fosse trágico para alguém que esperava tanto por esse encontro. Mas essa é justamente a maior virtude de um safári: a imprevisibilidade.

Era hora de rumar para temperaturas mais agradáveis e explorar uma região bastante conhecida, não apenas pelos sul-africanos, mas especialmente pelos estrangeiros que visitam o país. Jeffreys Bay era meu próximo destino.

Pouco mais de uma centena de quilômetros ligava o parque nacional de Addo à cidade litorânea. Foi um caminho proveitoso atravessando pequenas cidades e estradas com vegetação exuberante. Eu estava entrando em uma região que ansiava muito por conhecer e que pouco pude desfrutar em minha última visita ao país.

Jeffreys Bay respira o surf. É o lar de uma das etapas do WSL (World Surf League), e a praia é conhecida por suas ondas tubulares. Durante o campeonato, é possível se aproximar de todos os surfistas profissionais que viajam pelo mundo em busca das melhores ondas.


Embora o local seja conhecido pelas ondas poderosas, as praias também são amigáveis para iniciantes. Muitos estrangeiros visitam Jeffreys Bay para iniciar no surf.

Era hora de diminuir o ritmo e aproveitar mais a jornada. Passei alguns dias na cidade para curtir a vibe, tomar uma boa cerveja gelada e confraternizar com outros viajantes.


Era um merecido descanso para alguém que havia enfrentado estradas cheias de desafios, além do mau tempo que me perseguiu por longos dias.

De Jeffreys Bay, continuei seguindo para o oeste em direção a Nature's Valley. Na minha opinião, é uma das regiões mais bonitas da Rota dos Jardins. Como eu já havia visitado o parque nacional de Tsitsikamma, decidi passar apenas um dia na região antes de seguir viagem. Estava ansioso para retornar a Wilderness, uma pequena cidade que foi meu lar por pouco mais de um mês, um ano antes, em 2022.

Wilderness é uma cidade acolhedora e um paraíso para os amantes da natureza. Fiquei hospedado por quase uma semana desfrutando todas as atividades que a região oferece, incluindo o parque nacional de Wilderness. Visitei também o mapa da África. Duas montanhas que se assemelham ao continente africano, além de observas golfinhos na praia da cidade. Ali também é possível se divertir das diversas estradas de terra e cascalho.


De Widerness segui a dois passes que ansiava por fazer em duas rodas: Montagu Pass e Swartberg Pass. Dificil eleger as melhores aventuras nessa jornada mas sem dúvidas esses dois passes foram memoráveis. Talvez tenham sido, junto com o Sani Pass e mais uma outra aventura que ainda irei contar, os lugares mais épicos que estive com minha Lucile.

Optei por dormir em Oudtshoorn, considerando que seguiria para o Karoo pela famosa rota 62 (Route 62), uma região semiárida. Como mencionei anteriormente, é difícil eleger os lugares mais épicos dessa jornada, mas sem dúvida a rota 62 também está entre eles. Aqui, a sensação de "nada" está presente a cada quilômetro percorrido. O local é extremamente remoto, mas cheio de brilho pela beleza do deserto. Eu sabia da existência de um acampamento com águas termais a poucos quilômetros de Barrydale, e decidi pernoitar lá por duas noites, aproveitando as piscinas de água quente. Como sempre, fui muito bem recebido pelos sul-africanos, sempre muito curiosos sobre minha jornada.

De Barrydale continuei pela rota 62 passando por cidades icônicas como Montagu e Robertson. Aqui seguia para meu último destino na África do Sul: a Cidade do Cabo. Coração já seguia apertado mas sabia que ainda havia grandes aventuras pela frente.

A Cidade do Cabo é um paraíso para aventureiros e amantes da natureza, além de ser uma das cidades mais bonitas que já visitei no mundo. Aproveitei a estrutura da cidade para fazer a primeira revisão de Lucile, que até então não havia apresentado nenhum problema. Dirigi várias vezes pela Chapman's Peak, uma rota cênica que liga a Cidade do Cabo a Simons Town, onde é possível encontrar pinguins. Também é possível chegar ao Cabo da Boa Esperança pela mesma rota, um local descoberto no século XV pelo explorador e navegador português Bartolomeu Dias.

Aproveitei minha visita para escalar a Table Mountain e o Lions Head algumas vezes. Pude admirar o pôr do sol do Signal Hill, Sunset Rock e Camps Bay. Curta a atmosfera boêmia da cidade e interagi com outros viajantes.


E aqui, em uma das cidades mais bonitas do mundo, encerrei a primeira fase da minha jornada com Lucile. Não poderia estar mais grato por todos os lugares incríveis que ela me levou, sempre resiliente, econômica e confiável. Estive em muitos lugares remotos, longe da civilização, e ter uma companheira confiável como Lucile tornou minhas aventuras muito mais prazerosas.


 

Uma sociedade dividida...

A África do Sul possui um passado bárbaro do qual podemos aprender muito. Com um histórico de repressão e segregação que durou 46 anos, em quase todos os lugares que visitei, não vi brancos e negros compartilhando momentos de lazer juntos. As relações presenciadas estavam limitadas a vínculos empregatícios. Ao analisar as estatísticas disponíveis na internet, percebe-se que os brancos representam pouco mais de 8% da população, mas detêm mais de 70% das áreas rurais produtoras e mais de 25% dos imóveis urbanos. Isso é resultado dos benefícios concedidos durante o regime do apartheid, como facilidade de acesso ao crédito e pagamento.

Os desafios não param por aí. A maioria dos brancos fala duas línguas: inglês e africâner (originado a partir do holandês devido à colonização holandesa). Já os negros estão divididos em 11 tribos, cada uma com sua cultura e idioma próprio. As principais são Zulu, Xhosa (a tribo de Nelson Mandela) e Sesotho.


Um paralelo com nosso país...

É possível traçar um paralelo com o Brasil na carência de educação, segurança e saúde. Assim como no Brasil, o país também precisa incluir os mais desprivilegiados e diminuir o gap entre ricos e pobres. Os últimos governos, envolvidos em diversos escândalos de corrupção, pouco contribuíram para superar esses desafios. Neste vácuo, partidos extremistas têm ganhado apoio da sociedade, como o EFF, por exemplo. Com um discurso radical contra o capitalismo e o liberalismo econômico, pregam a desapropriação das terras e até mesmo a expulsão da minoria do país. Atualmente, possuem apoio de cerca de 10% da população. Parece pouco, mas é nesse vácuo político, na crise econômica e social, que o extremismo tem se alimentado.

É possível superar, mas antes... A África do Sul possui inúmeras virtudes que a tornam capaz de se tornar uma potência econômica. O país é rico em recursos naturais e possui uma indústria desenvolvida, além de um forte setor de turismo, representando quase 10% do PIB. No entanto, para alcançar esse potencial, é necessário enfrentar os desafios sociais, políticos e econômicos e curar as feridas do passado.

A cultura extrativista é comum em muitos países, onde a minoria privilegiada muitas vezes controla o destino da nação. Recentemente, o Uganda aprovou uma lei que criminaliza atos homossexuais, o que é lamentável e repugnante. Além disso, essa lei serve como uma cortina de fumaça para que o atual presidente autocrata, que está no poder desde 1986, possa perseguir opositores e se manter no poder. Infelizmente, é possível que outros países do leste da África sigam esse exemplo. Muitos países no continente ainda estão envolvidos em conflitos armados, o que é paradoxal, pois os recursos naturais que poderiam ser utilizados para promover o desenvolvimento econômico e social são, muitas vezes, a causa de conflitos para determinar quem irá explorá-los em benefício próprio. Infelizmente, como sempre, os mais pobres são os mais afetados, vivendo à margem da sociedade e sem qualquer suporte social.

Os países africanos possuem a chave para o progresso, o desenvolvimento sustentável e a prosperidade, mas muitas vezes mantêm sistemas políticos e econômicos desiguais e excludentes que perpetuam a pobreza e a desigualdade social em benefício de poucos. É necessário mudar essa realidade para que a África possa alcançar seu verdadeiro potencial. Um abraço e boas aventuras!


Até a próxima aventureiros.

Gabriel Turano


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